Belo Horizonte, Brasil.
2010 _ Museu Clube da Esquina – Centro de Referência da Música de Minas
O Museu Clube da Esquina – Centro de Referência da Música de Minas, será implantado no edifício do Servas, antiga caixa d’água da época da Comissão Construtora de Belo Horizonte, localizado na Avenida Cristóvão Colombo, no bairro Funcionários. Esta edificação está inserida na Área Tombada do Conjunto Arquitetônico e Paisagístico da Praça da Liberdade e em parte do terreno do Palácio da Liberdade, tombados como patrimônio cultural pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais – IEPHA – MG.
O objetivo deste projeto é o de criar um espaço dedicado à memória, à criação e à pesquisa da música de Minas, dotado de infraestrutura necessária para a realização de atividades desta natureza. O Museu Clube da Esquina – Centro de Referência da Música de Minas – fará parte do Circuito Cultural Praça da Liberdade, atendendo ao conceito norteador do Circuito: revitalizar o patrimônio e criar novos usos para as edificações, mantendo-as integradas à vida da cidade.
A intervenção propõe o resgate do desenho original da edificação histórica, a criação de duas novas edificações de alturas variadas, implantadas ao longo das divisas do terreno, preservando a área aberta existente e dando um novo uso para esta área, hoje um estacionamento de veículos, transformando-a em uma praça de encontros, apresentações musicais ao ar livre e principal área de articulação entre as funções propostas para o prédio das caixas d’água e as funções dos novos prédios.
O edifício histórico se compõe de duas caixas d’água com paredes de concreto e uma cobertura de telhas cerâmicas e pé-direito duplo. O conceito adotado pelo projeto foi o de permitir a visão das caixas d’água a partir do térreo e recuperar o grande vazio do espaço coberto. Eliminam-se todas as divisões internas criadas nas caixas d’água, para que se permita a visão íntegra do espaço quando visitado. Justificam-se, assim, a demolição da laje do primeiro pavimento, a demolição das bordas da laje do térreo que tocam as paredes das caixas d’água e a demolição das paredes e das escadas metálicas acrescentadas com a reforma para atender o Servas.
O pavimento térreo do prédio tombado será o espaço de maior interação com o público externo, pois abrigará um bar- café e um salão com mesas e palco móvel, dotado de tecnologia para áudio e vídeo, tratado acusticamente e climatizado, para apresentações musicais.
As caixas d’água do subsolo abrigarão uma sala multiuso e uma sala de acervo virtual que serão também equipadas e tratadas acusticamente, fechadas com vidros, para permitir a visualização e compreensão do espaço das caixas d’água, sem interferências. Os painéis acústicos que forem necessários serão móveis.
O novo edifício de maior altura foi concebido como um volume abstrato, envelopado por brises verticais de cerâmica de cor cinza, em todo seu contorno. O térreo envidraçado é uma extensão do pátio aberto e é onde estão as funções mais públicas: a recepção e a loja do museu. No subsolo, localiza-se o foyer/exposições temporárias que se articula com o auditório e com as salas das caixas d’água, que estão no mesmo nível. Os dois pavimentos acima do térreo abrigam os demais espaços do programa: salas multiuso, salas administrativas e um estúdio de edição de áudio e vídeo.
Um volume mais baixo junto à divisa dos fundos foi criado para abrigar a cozinha que serve ao salão do bar- café e também ao pátio interno. Uma caixa de vidro faz a conexão entre o edifício histórico e o novo.
O Museu Clube da Esquina – Centro de Referência da Música de Minas – será o espaço do Circuito Cultural Praça da Liberdade, onde a diversidade da cultura mineira será vivenciada através da música.